XVIII Ideias em Movimento – O papel das Instituições Sociais na Marinha Grande (Maio/21)

Realizou-se no passado dia 6 de maio, promovido pela Associação Marinha em Movimento, o XVIII Ideias em Movimento dedicado ao “Papel das Instituições Sociais na Marinha Grande”.

Com moderação da Dr.ª Cecília Vieira, foram oradores o Dr. João Pereira, por parte da Santa Casa da Misericórdia, o Eng.º Luís Agostinho em representação da APPACDM, a Dr.ª Ana Patrícia Quintanilha da Associação Novo Olhar II, a Dr.ª Marina Domingues da ADSER e o Dr. Joaquim Lourenço da Associação de Promoção Social – Jardim dos Pequeninos.

Os oradores começaram por fazer uma breve apresentação das suas instituições, do que destacamos no caso da Santa casa da Misericórdia, o vasto trabalho social que começa na infância, com o Arco-Íris e passa pela população em geral, com a distribuição de alimentos a cerca de 140 famílias, pelo apoio aos refugiados, apoio domiciliário, lar de idosos e cuidados continuados, empregando cerca de 240 pessoas, de 11 nacionalidades diferentes. A Santa Casa abriu ainda, no passado dia 9 de abril, uma residência para utentes abandonados nos hospitais, que conta já com 28 utentes.

A APPACDM, começou a sua atividade há já 46 anos, na altura com 8 utentes, servindo atualmente 260 utentes em várias valências: terapêutica, atividades ocupacionais, formação profissional e preparação para a integração no mercado de trabalho da população com deficiência. Possui ainda um Lar residencial e uma Quinta Pedagógica.

A Associação de Promoção Social – Jardim dos Pequeninos, está situada na Vieira de Leiria, com creche, ensino pré-escolar e ocupação de tempos livres, é uma instituição dirigida para a infância, apoiando um grande número de crianças, bem como as suas famílias.

A ADESER, tem várias vertentes que passam pelo acolhimento temporário de crianças e jovens, através do Girassol, pela realização de vários projetos comunitários que depois se transformam em respostas sociais, como sejam a existência de equipas de intervenção precoce junto de crianças e famílias, pela Sala de Estudo de Casal de Malta, a Tertúlia dos Anos de Ouro (atualmente suspensa devido à pandemia), entre outros projetos.

A Associação Novo Olhar II tem uma área de intervenção diferente das outras instituições, pois a sua intervenção é fundamentalmente na área da saúde, com vários projetos como a Porta Azul, na área da toxicodependência, a Casa 22 para apoio a pessoas sem-abrigo e também com equipas de rua, com serviços de rastreio e aconselhamento a pessoas com VIH, Hepatite, trabalhadores do sexo, entre outras situações normalmente marginalizadas, contando ainda com uma Loja Social.

Quando questionados sobre os constrangimentos à ação das suas instituições, a insuficiência do financiamento foi destacado por todos, visto que não tem em conta as progressões na carreira de quem lá trabalha, o aumento do ordenado mínimo ou o constante aumento do custo de vida. Por outro lado, a demora na concretização dos acordos realizados com as várias instituições públicas e mesmo a dificuldade em tratar dos vários assuntos com estas entidades é outro grande constrangimento à sua ação, bem como a consciência social da população e do tecido empresarial, que na maioria das vezes só lhes dão valor, quando têm necessidade da sua utilização pessoal ou por entes queridos. Há, no entanto, grandes desafios que se colocam a estas instituições e que passam entre outros, pela transferência de competências para os municípios e da forma como se vão concretizar, nomeadamente ao nível do reforço de verbas das autarquias, considerando que a descentralização é muito importante, na medida em que esperam que venha a facilitar o diálogo com a tutela, mas só trará benefícios se for acompanhada dos meios necessários para responder às necessidades.

 

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