X – Turismo na Marinha Grande (Junho/19)

“O que é preciso é animar a MATA”

Decorreu na passada 6.ª feira, em S. Pedro de Moel, mais um animado debate promovido pela Associação Marinha em Movimento, desta feita dedicado ao “Turismo na Marinha Grande: ameaças e oportunidades”.

Com a presença de três oradores convidados, a primeira intervenção ficou a cargo do presidente da PROTUR, João Caetano, que destacou alguns dos problemas que afetam o turismo em S. Pedro de Moel, como a redução de turistas portugueses, fruto do fecho das piscinas oceânicas que eram um importante polo de atração para a visita de famílias. Atualmente, apesar de se assistir um aumento de turistas estrangeiros, referiu João Caetano, falta um plano estratégico que envolva todo o concelho, nomeadamente, Marinha Grande, Praia da Vieira e S. Pedro de Moel e que permita as nossas praias terem turismo todo o ano.

A segunda intervenção foi do arquiteto João Beltrão, que atualmente se encontra a realizar a sua tese de Mestrado, com o tema “Pinhal de Leiria: caracterização e opções estratégicas”. João Beltrão depois de fazer uma caracterização histórica do Pinhal, defendeu algumas ideias muito interessantes para o seu futuro, nomeadamente: a necessidade de se conseguir a sua classificação patrimonial de forma a garantir que o património edificado não seja vendido, em parte, pelo estado, ou no seu todo, e por outro lado de forma a impedir que se continue a degradar; a concretização do Museu da Floresta na Marinha Grande, conforme lei publicado em Diário da Republica no ano de 1999; a criação de uma Biblioteca Nacional da Floresta, a integrar no museu; a reativação do Comboio de Lata, para utilização em épocas de maior afluência turística; reservar algumas das estradas da mata, para uso exclusivo de peões e bicicletas, em particular a “volta dos 7”; a Marinha Grande ser o motor da criação de uma rede nacional e/ou internacional de florestas.

António José Correia (AJC), ex-presidente da Câmara Municipal de Peniche e atualmente consultor para assuntos do mar e dos oceanos, seria o último orador da noite, tendo sido convidado com o intuito de partilhar a sua experiência na implementação de um projeto de desenvolvimento turístico, no município de Peniche, associado à promoção da onda. AJC começou por referir que tudo começou com a elaboração, em 2006, da Magna Carta 2025, que é um plano estratégico para o concelho, elaborado por pessoas de referência do concelho. Esta Magna Carta que assentava em 3 vetores estratégicos (Mar de Peniche, Peniche Cidade e Peniche Solidário) e em cuja elaboração todos os vereadores eleitos participaram, viria a ser aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de Peniche. Para o sucesso do incremento turístico contribuiu também o investimento em conhecimento, com a associação a instituições de ensino superior, o aproveitamento de fundos europeus, a criação e promoção de uma marca e também o trabalho em rede com quem está à volta, neste caso o Oeste Portugal.

AJC, já na fase de debate, reforçaria a importância do trabalho em rede, seja com concelho vizinhos, seja com concelhos mais distantes, mas com características semelhantes e mesmo a integração de redes internacionais. Destacaria ainda a importância de saber fazer bem as coisas, pois só o profissionalismo do que se fez em Peniche, permitiu que chega-se onde chegou.

AJC destacaria ainda o facto de a sustentabilidade ser cada vez mais um fator de atratividade, no que a mata nacional poderia ter um importante papel turístico, até mesmo no que se refere ao Som da Floresta.

AJC terminaria com a sugestão de um slogan para a promoção da floresta – O Que Faz Falta é Animar a Mata.

Segundo António Santos, presidente da Associação Marinha em Movimento, o X Ideias em Movimento, foi um momento muito importante na discussão do futuro do concelho da Marinha Grande, com um debate que permitiu a abertura de várias perspetivas para a elaboração de um plano estratégico para o turismo no concelho, que a Associação tudo fará para que venha a ser uma realidade.

 

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