VIII – Animais de Companhia na Marinha Grande (Abril/19)

ANIMAIS DE COMPANHIA – FISCALIZAÇÃO E ESTERILIZAÇÃO SÃO PRIORITÁRIAS

Na passada sexta-feira, dia 12 de abril, decorreu na sede da Ordem mais um debate Ideias em Movimento organizado pela AMM – Associação Marinha em Movimento, subordinado ao tema, em jeito de pergunta, “A Marinha Grande Cuida bem dos animais?”, que contou com a presença de dezenas de pessoas que, amavelmente entregaram alguns bens alimentares e que foram distribuídos equitativamente pelas associações representadas. Na mesa, para além do moderador, estiveram presentes o Dr. António Esteves, veterinário da Câmara Municipal da Batalha e as Representantes / Responsáveis pelas duas associações de animais existentes na Marinha Grande, a “APAMG (Associação Protetora de Animais da Marinha Grande), “Casa Esperanza” e, ainda, a representante de um grupo de amigos intitulado “Abrigo dos Bigodes”. Há a referir que a veterinária da nossa autarquia declinou o convite que lhe foi endereçado para participar. Salienta-se o facto de, na totalidade, cerca de 550 animais, na sua maioria cães e gatos, receberem alimentação e todo o tipo de cuidados, por parte das associações de animais do nosso concelho. Na verdade, é meritório o trabalho e empenho dos voluntários destas associações que, em muitos casos, abdicam do seu tempo pessoal, com a família, para cuidar e dar assistência a muitos animais existentes nos seus espaços, assim como acudir a muitas solicitações de marinhenses que encontram animais abandonados, acidentados, mal tratados, entre muitos outros casos. A título de exemplo, refira-se que a APAMG teve um total de despesas, em 2018, de 64.000€, resultantes de muitas cirurgias, esterilizações, vacinações, alimentação, entre outros gastos.

Neste debate, na sequência de várias intervenções, propôs-se que a Câmara Municipal promovesse mais ações de sensibilização, junto dos Jardins-de-infância e das escolas de todo o concelho, de modo a incutir nas crianças o dever de tratar melhor os animais na Marinha Grande, pois o bem-estar animal é também uma questão de cidadania. Referiu-se, ainda, a possibilidade de ser criado um hospital veterinário público e reforçou-se a ideia de que deve haver um maior respeito e reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas associações de animais, por parte da Autarquia.

Das intervenções no debate ficou vincada a ideia de que deveriam ser feitos protocolos de cooperação entre os serviços veterinários do Município e as associações de proteção de animais da Mª Grande. Não é aceitável que as associações de voluntários exerçam a sua actividade, sem recursos financeiros próprios, enquanto a Autarquia desperdiça apoios concedidos pelo governo central para a construção de novos canis, assim como para os custos inerentes às esterilizações.

Foi unânime a ideia de que se houver uma fiscalização mais efetiva e mais presente, por parte das autoridades (GNR e PSP), junto dos proprietários de animais de companhia, para fazer cumprir a legislação atual, esta não só obrigará a um melhor e maior cuidado com os animais, como também responsabilizará, de forma mais eficaz, os donos, no sentido de cumprirem a legislação em vigor. A lei proíbe a eutanásia de animais, salvo raras exceções, e obriga os proprietários de cães a colocarem um chip de identificação eletrónica no(s) seu(s) animal(ais), que identifica o proprietário, bem como a procederem à vacinação, ao registo do seu animal na Junta de Freguesia, entre outras obrigações. Assim, se todos os donos de animais de companhia cumprissem a lei, certamente não haveria tantos maus tratos, nem abandonos, factos que acontecem, constante e infelizmente, no nosso concelho.

Para terminar, deixamos um apelo aos marinhenses, para que tratem bem dos seus animais de companhia e que, se tiverem condições para isso, adotem um animal, junto de uma das associações existentes na Marinha Grande.

 

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