
Decorreu, no passado dia 1 de abril, numa organização da Associação Marinha em Movimento (AMM), uma animada tertúlia designada “Os artistas e a nossa cultura”.
Sob moderação de Nuno Brito, músico e elemento da direção da AMM e de Cristina Carapinha, Presidente do Sport Operário Marinhense, a tertúlia contou, como convidados, com o músico Nuno Norte, com a artista plástica Vânia Colaço e com o ator André Nunes, todos eles com ligações à Marinha Grande.
Com uma animada conversa que se prolongou por cerca de 100 minutos, muitos temas foram objeto de conversa, entre os quais, se a sua vida enquanto artistas lhes permitia viver da arte, ao que todos responderam positivamente, apesar de o momento particularmente difícil que se vive nesta área, com a pandemia, deixando aqui o Nuno Norte uma história curiosa – quando o questionam sobre o que faz e responde que é músico, perguntam-lhe, mas trabalhas em quê? Mostrando a ideia que ainda persiste da fragilidade profissional associada à vida artística.
Apesar da particularidade das suas carreiras, todos associam o sucesso a muito trabalho e dedicação, realçando o facto de o sucesso ser fugaz e só com estudo e trabalho contínuo se poderem manter na mó de cima.
Já quanto ao que representou a Marinha Grande no seu sucesso, há respostas muito diferentes, com o Nuno Norte a realçar o facto de nunca ter sido convidado para atuar na Marinha Grande, mas por outro lado recordando que foi nos espetáculos da sua escola (Engenho) que começou a sua vida de palco, bem como no teatro do Sport Império Marinhense. A Vânia Colaço referiria que fez muita coisa na sua terra natal, útil para a sua carreira, tal como exposições e workshops, no entanto, sente que neste momento a Marinha Grande está muito menos ativa na área da cultura. O André Nunes, apesar de já ter dado workshops em locais tão distantes como o Luxemburgo, ou a Suíça, destacaria que nunca o fez na Marinha Grande, porém já teve oportunidade de atuar, por duas vezes, na Casa da Cultura.
Questionados sobre o que fariam se fossem consultores da vereadora da cultura, houve ideias muito interessantes que todos esperamos cheguem aos ouvidos de quem decide, nomeadamente: abraçar os marinhenses que já têm sucesso, de forma a motivar os que cá estão, pois é preciso investir para obter lucros; recuperar projetos como a Bienal das Artes e as Jornadas do Design; reativar a Galeria Municipal; montar um programa de residências artísticas na Marinha Grande; realizar espetáculos/ações de forma regular para assim criar hábitos/raízes.
