
A Associação Marinha em Movimento, ciente, por um lado, dos problemas que afetam o nosso planeta ao nível ambiental e do contributo do ser humano, através do imenso lixo que produz e do qual se desfaz de forma indiscriminada e por outro lado, que o nosso concelho está longe de ser um exemplo ao nível da separação do lixo, realizou na passada 6.ª feira um debate (VII Ideias em Movimento), na Sociedade União de Albergaria, dedicado ao tema da reciclagem.
Para a discussão deste tema estiveram presentes dois convidados, a Eng.ª Neuza Monteiro, por parte da Oikos e o Dr. Ricardo Leal, técnico superior do ambiente da Câmara Municipal de Lousada.
Neuza Monteiro defendeu a importância da reciclagem na sustentabilidade do planeta, defendendo que reciclar deveria ser um ato automático, realizado sem pensar no mesmo. Dando a conhecer alguns dos motivos que as pessoas usam para não separarem o lixo doméstico, Neuza destacou uma mudança de mentalidade, que faz com que o principal argumento utilizado, desde há 4/5 anos, seja “o que é que eu ganho com isso?”
Ricardo Leal começou por apresentar a Agenda de Sustentabilidade do concelho de Lousada, que passa por 5 eixos: Lousada 100% LED; descarbonização da frota automóvel municipal; mobilidade sustentável; município sem herbicidas; programa “lixo sustentável”, este direcionado para a recolha seletiva de resíduos.
O projeto “Lixo Sustentável” pretende sensibilizar e envolver a comunidade na adoção de boas práticas ambientais e a utilização sustentada de recursos naturais, nomeadamente com o fomento de práticas de reciclagem de resíduos na população residente. Este projeto que permitiu, no espaço de 2 anos, passar de 18 kg de recolha por habitante em cada ano, em 2016, para 30kg em 2018, consiste não só na sensibilização da população, com especial predomínio da escolar, com a atribuição de compensações às escolas que aumentaram a recolha comparativamente aos meses homólogos anteriores, mas também à população em geral que entregue os resíduos (papel, plástico, vidro) separados no “Ecocentro”, com a atribuição de compensações (papel – 0,10€/Kg, plástico – 0,15€/Kg, vidro – 0,05€/Kg) que serão abatidas na fatura dos resíduos sólidos urbanos, associados à fatura da água, transitando o valor para os meses seguintes, quando a soma das entregas no Ecocentro ultrapassar o valor da fatura desse mês.
Após a intervenção dos oradores seguiu-se um animado debate em torno da importância da reciclagem na defesa dos recursos naturais e da sustentabilidade do planeta, dos pormenores do projeto do “Lixo sustentável” e da ausência de estratégia do nosso município para aumentar a baixa taxa de reciclagem, que se situa nuns modestos 15%. Havendo inclusivamente quem se queixasse da ausência de informação quanto a locais de entrega de óleos domésticos.
O problema dos cheiros associados ao aterro sanitário, que tanto afeta a população de Albergaria, acabou por ser um tema incontornável, face ao local em que se desenrolou este debate, ficando bem expressa a indignação da população, claramente aumentada pela ausência de informação concreta, por parte do município, quanto a uma data de encerramento do mesmo, para acabar com um problema que já afeta a população há cerca de 30 anos.
