Jovens defendem a necessidade de definição de uma política para a Juventude

A Associação Marinha em Movimento promoveu, na Oficina da Música, mais um Ideias em Movimento, um debate desta feita dedicado à Juventude, moderado pelo presidente da Associação Marinha em Movimento, António Santos e que contou como oradores, com o prof. Paulo Tojeira (diretor artístico do grupo de percussão Tócandar), Rafael Cardeira (campeão nacional de ralis na categoria RC5) Francisco Ribeiro (presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte) e André Marques (Representante distrital do Interact).
Na abertura do Ideias em Movimento esteve presente o jovem talento marinhense, Rafael Viva, que conjuntamente com Nuno Brito encantou com a interpretação de três músicas.
Paulo Tojeira, numa primeira intervenção, falou de alguns problemas nacionais que afetam os jovens, como a precaridade do trabalho, ou a uniformização do trabalho escolar, muitas vezes sem ter em conta as características individuais dos seus alunos. Já localmente, destacou a ausência de políticas estruturadas para a cultura, desporto e juventude e a necessidade de criação de um gabinete de apoio ao jovem, bem como de os jovens participarem na construção de uma política para a juventude.
André Marques, apresentou a sua experiência no Interact, e a importância desta na sua formação. Lamentou a ausência de uma entidade que faça a ponte entre os jovens e as empresas, nomeadamente em relação aos jovens que frequentam o ensino não profissional, destacando também a fraca preocupação de intervenção social por parte dos jovens, por um lado e a falta de aposta nestes, por outro.
A intervenção do Rafael Cardeira começou pela afirmação de que a Marinha Grande necessita de amor-próprio, pois os jovens hoje, quando fora do concelho, têm alguma dificuldade em dizer que são da Marinha Grande. Referindo a necessidade de definir prioridades para o concelho e de as cumprir, destacou o desaproveitamento das condições naturais do concelho, matas e praias, considerando S. Pedro de Moel como um diamante em bruto. Falando ainda de diversas áreas como o desporto ou a cultura e a ausência de aposta em projetos estruturantes, que simultaneamente promovam os talentos e a imagem do concelho. Relativamente ao mundo empresarial destacou a necessidade de investir em parcerias empresas/escolas/universidades e em apostar no trabalho remoto.
Francisco Ribeiro realçou a capacidade dos jovens, não aproveitada, de realização de eventos, o facto de a Marinha Grande ser pouco atrativa para eles, pela falta de diversão noturna e pela degradação dos edifícios do seu centro histórico, propondo a arte de rua como forma de melhorar a imagem da cidade e destacando também a falta de formação na área do empreendedorismo e de oferta de empregos a tempo parcial para os jovens, de forma a abrir o seu horizonte para o mundo do trabalho.
Do animado debate que se seguiu à intervenção inicial dos oradores, destaque para a defesa da aposta no Conselho Municipal da Juventude, ao qual não tem sido dada a atenção devida e que só quando lhe for dada a importância que merece e os jovens se sentirem aí como um importante elemento da definição da política para a juventude do concelho, poderá ter o seu empenho, com evidentes dividendos para a população jovem.
A necessidade de criação de eventos âncora foi outra ideia defendida no debate, tal como as propostas do Paulo Tojeira de criação de uma estrutura/empresa municipal de animação, bem como a utilização das coletividades enquanto centros de apoio à população.
A necessidade de promoção da “marca” Marinha Grande, defendida por Rafael Cardeira, utilizando os marinhenses com sucesso a nível nacional, na promoção do concelho, para que toda a gente queira estar/viver na Marinha Grande, foi uma ideia acarinhada por todos os presentes neste debate.
